Angela Moraes Souza
Artista Plástica e Poeta
Sobre
Arquiteta, artista plástica e poeta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro e se radicou em Florianópolis.
Tem poesias publicadas em algumas antologias.
Publicou 3 livros, Palavras Nuas, pela Editora Nova Letra, Um Fio de Seiva, pela Editora Digital de Blocos Online, Um Fio de Seiva, 2a. edição pela Scortecci Editora e Quando É Silêncio pela Scortecci Editora.
Nas artes plásticas desenha com pastel oleoso sobre papel e é membro da Associação Catarinense de Artistas Plásticos.
Processo de Criação
Amo os verdes da natureza, os desenhos das árvores, as folhas secas caídas na terra, os musgos, o colorido das flores e dos pássaros, as ondulações da areia, as nuvens tecendo o céu, os movimentos do vento e o brilho do sol nos rios, mares e lagoas. Alimento essa grande paixão desenhando com pastel oleoso sobre papel.
Meus desenhos são baseados em fotos, poéticas ao meu olhar, que faço da natureza. Antes de iniciá-los, primeiro seleciono algumas fotos das paisagens que sintonizem com o meu momento. Depois, namoro os traços, as cores, as luzes e as sombras de cada uma. Por fim, uma delas é a escolhida.
Em seguida, começo a preparar o papel: corto-o, prendo-o na prancha e delimito o espaço do desenho. É a hora, então, do grafite começar a dar vida à folha de papel. Com o esboço pronto, faço uma pausa e passo dias observando-o, assim como a foto que o motivou.
Às vezes, passam-se semanas até o instante em que começo a entrar na paisagem. Penetro suas formas, cores e luzes, sinto o roçar das folhas e galhos em minha pele, o cheiro da mata, o frescor da água, a carícia da areia, o calor do sol, o refresco da sombra, o movimento do mar.
É sempre assim. Preciso esperar por essa hora, quando me sinto dentro da paisagem. Nesse momento, não olho mais a foto, caminho por ela. A partir daí, o pastel oleoso inicia suas cores expondo as abstrações que a natureza me apresenta.
E com ele, o tempo de viver essa paixão, acompanhada de expectativas, dúvidas, erros, acertos, medos, surpresas, riscos e um intenso prazer pelos mosaicos, meros abstratos, com os quais vou compondo a paisagem. Depois de meses, finalmente, termino a minha composição.
Dou à luz a mais um desenho. E como toda mãe, desejo exibi-lo ao mundo. Quem sabe, ao observá-lo, algumas pessoas se surpreendam com as singularidades da natureza, quase sempre, não visíveis ao nosso apressado olhar.
Em meus últimos trabalhos, o branco do papel tem feito parte dos desenhos, acenando com o imprevisível, despertando a dúvida, a curiosidade, a imaginação.
Meus desenhos se entremeiam com poesias durante meu processo criativo. Escrevo poesias de versos curtos e intimistas. Faço delas um ponto de encontro vital comigo mesma onde, com naturalidade, me autorizo. Diferentemente de desenhar, não me programo para escrever poesia.
Ela surge quando consigo lhe dar ouvidos. Muitas vêm prontas, outras precisam ser buriladas até a sua essência. O prazer que sinto ao criá-las é indescritível. Afinal, “é lá, no silencioso vazio das profundezas da alma que a poesia canta. Pura. Escuta”. E nesse momento sagrado de entrega, ao ouvi-la cantar, pura, em meu íntimo silêncio, preciso escrevê-la, lhe dar vida, para que bons ventos a levem.
Poesias e desenhos convivem em minha mesa de trabalho, um fomentando o outro e ambos nutrindo-me com esse prazer inigualável da autoria. “O que eu fiz, apenas, foi ir me obedecendo”. ( Clarice Lispector)
Angela Moraes Souza
Livros
Palavras Nuas
Palavras Nuas, seu livro de lançamento, foi publicado em 2002 pela Editora Nova Letra.
“Sim, a autora tem razão: são Palavras Nuas, isto é, Angela não desejou vestir suas palavras poéticas com as vestes coloridas da ilusão, da mentira, das desculpas inventadas. […] Sua sensibilidade leva seu olhar às coisas simples, aparentemente insignificantes, mas que para ela contam uma história e falam de sua existência.” – assim escreve Zoraida Hostermann
Guimarães, Presidente da Academia São José de Letras em 2002, no prefácio a este livro.
Leia algumas poesias do livro:
Um Fio de Seiva
Um Fio de Seiva, publicado em 2009 pela Editora Digital de Blocos Online.
“A obra de Angela Moraes Souza traz justamente este tipo de heroína épica moderna, narrando sua saga em busca da felicidade…” escreve em seu prefácio, Leila Míccolis, advogada, doutora e com pós-doutorado em Teoria Literária (UFRJ), escritora de livros, TV, teatro e cinema.
Leia o livro, gratuitamente, através do portal blocosonline.com.br
Um Fio de Seiva
Um Fio de Seiva em 2a. Edição, agora impressa, publicado em 2020 pela Scortecci Editora.
Neste Um Fio de Seiva a sensualidade permeia em quase todos os versos, de modo muito suave. Com estilo genuíno, num lirismo sem par, a autora mostra a verdadeira finalidade da poesia: despertar emoção estética.
A pontuação dos versos, brusca, inesperada, exibe um vigor literário diferente; o leitor tem muitos motivos para meditar. Como a meditação é o elo que une o escritor ao leitor, Angela Moraes Souza está de parabéns, pois soube fiar em seda todo o seu talento – sua própria seiva.
No desfiar de sua poesia, todas as artes, coloridas, misturam-se num jogo de luzes e sombras, dando ao leitor a sensação de estar num verdadeiro paraíso.
Lourival Corrêa de Souza – Prof. de Literatura Brasileira.
Leia algumas poesias do livro:
Quando É Silêncio
Quando É Silêncio, seu terceiro livro de poesias, publicado em 2020 pela Scortecci Editora.
“[…] nestes tempos predominantemente visuais e sonoros, em que estamos cada vez mais distantes do apelo da quietude e da mansidão, a poesia do presente livro é um belo chamamento para a escuta do que flui neste espaço constituído de movimento e impermanência.”, escreve a advogada, escritora, doutora e pós-doutora em Teoria Literária, Leila Míccolis, no prefácio a este terceiro livro de poesias de Angela Moraes Souza.
Ainda que o barulho do mundo nos rodeie, Quando É Silêncio conta em pequenos versos sobre um silêncio possível, onde a alma se larga leve, se deixa imersa, para ouvir o que se cala dentro de si.
Leia algumas poesias do livro:
Comentários
Comentários sobre o livro Um Fio de Seiva
Foi muito simpático da sua parte pedir a minha opinião sobre sua obra. Não li a apresentação para não me deixar influenciar.
Acho que você domina bem o vocabulário – o que é essencial na poesia – usando a palavra certa no lugar certo.
A sua maneira na colocação dos versos é original. Parabéns e sucesso.
Maria Cecy Barth
A Leila Miccolis foi muito feliz ao prefaciar “Um fio de seiva”. Trata-se mesmo de um lirismo épico. O título é bem interessante e a capa belíssima. O texto conduz o leitor a uma viagem poética de grande efeito. Parabéns!
Wanderlino Teixeira Leite Netto
Também escrevo, mas contos e crônicas. Para mim escrever um poema é algo “místico”. É, ali, o encontro da essência do homem, a palavra, o sentimento e alma. Eis o motivo pelo qual não gosto de escrever poemas. São milhares de poetas que surgem. Alguns, nem aprenderam a escrever e se dizem poetas. Raramente encontro algo bom. Agora, acabei de ler seus versos e fiquei encantado. Realmente , há uma prosa disfarçada de versos ou são versos disfarçados de prosa? Não interessa. O importante que é um trabalho muito bom e merece ser lido. Parabéns! Seus versos fizeram a minha noite se tornar feliz. Obrigado.
Roberto Márcio Pimenta
Amei seus versos – são versos de muita sensibilidade, que penetram na alma. Gostei também de sua forma de trabalhar cores:
“Violeta / névoa / me transpassa / toda. / Enevoada / flutuo. / Rarefeita.” Tem dias em que a gente se sente violeta e você soube passar essa sensação em poucos versos. Parabéns e muito sucesso!
Isabel Furini
Como não invocar o vício da poesia: o corpo que entorpece o ar de versos.” (João Cabral de Melo Neto)
Não à toa reuniste, como em filigranas, as que haviam de ti se afastado chamei uma a uma as que fui e, sentadas à varanda das lembranças, onde tua(s) alma(s) renasce(m) a cada silêncio, deram tessitura a um fio de seiva que é a escrita – ou é a vida?
Reginaldo Costa de Albuquerque
Seu estilo e sua abordagem levaram-me a contemplar um “novo horizonte” em Poesia… E nesse promissor horizonte “vi” descortinarem-se os tesouros de uma fina sensibilidade associada a uma rara capacidade de transformar imagens mentais em poderosas mensagens que as vivificam e lhe conferem um sentido que, segundo uma expressão pouco usual, desnudam o subentendido e oferecem margem a ilações nas quais o leitor tende a surpreender-se positivamente…E o enlevo desnudado nessas ilações revelam o seu talento como autora. Receba os parabéns e a irrestrita admiração de
Eloísa Antunes Maciel
Comentários sobre o livro Palavras Nuas
A poetisa Angela Moraes Souza, em PALAVRAS NUAS, seu livro de estréia no mundo literário, não desnuda apenas as palavras, mas também ela própria. Suas poesias, normalmente, de versos curtos, mostram como ela realmente é : amante da natureza, saudosa, sensível, introspectiva,. Aquele que ler PALAVRAS NUAS terá a oportunidade de se deliciar com as poesias de Angela, como também de conhecê-la um pouco melhor.
Augusto de Abreu
Presidente da Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses
Angela Moraes Souza emerge como talento literário na presente obra que conduz o leitor por um caminho aprazível. Eis que prescinde de véus comumente tecidos por muitas indagações.
PALAVRAS NUAS representa o eco de um apelo interior que se faz ouvir na sua pureza e magia quando das “FALAS AO CORAÇÃO”. E “VONTADE” torna plena a conquista de um anelo __ o percorrer a autora um deslumbrante caminho, levando consigo a luz de sua estrela no “ÊXTASE” proporcionado por convites do espaço que lhe permitem, então, viver o sonho e sentir a vida.
“VAI”, Poeta ! Segue na estesia e o brilho de teus versos eternizar-se-á. E muitos, mesmo “NO SILÊNCIO” sobre eles deitarão o olhar.
Nídia de Bem
Academia São José de Letras
Falar dos poemas de Angela é falar de poética visual. Seus poemas são como uma pintura detalhada de imagens e cores. “ Lá estavam as imagens negadas. Vivas, completamente inteiras. Lá estavam seus olhos … se espelhando na mente muda”. Imagens, olhos, mente, palavras. Só alguém com sensibilidade de pintor poderia traduzir com palavras imagens que continuam inteiras na mente. É a pintora espelhando a poetisa e vice-versa nesta real poética de sentimentos.
Sonia R. de Brida Zanette
Artista Plástica
Onde não há sentimento, não há lirismo. Esta é uma percepção que poucos ousam contrariar. Diferentemente das narrativas ficcionais, a poesia parece mesmo ser o reduto das evoluções subjetivas embebidas de emoção. E é neste caminho que vão os poemas de Angela Moraes Souza em seu livro Palavras Nuas. Sua particularidade reside no tom “feliz” que consegue imprimir nos poemas. Sabemos que no viés das cargas emotivas é quase regra que surjam os reflexos da angústia e da insatisfação. Escritoras como Emily Dickinson e Florbela Espanca escreveram belos poemas trespassados de imensa dor. Na poesia de Angela, porém, impõe-se um sentimento de alegria, um colorido quase irreal, mas que nos convence na sua singeleza e espontaneidade. Em desprendidas sonoridades, lembra-nos uma tocata de Mozart ou os floreios de um oboé solitário.